Como hoje é o último dia de maio, considerado o mês de comemoração do dia das mães, vou postar um texto maravilhoso que recebi através da escola da minha filha e que fala sobre ser mãe... espero que gostem pois me fez refletir muito.
MÃE (DESNECESSÁRIA)
MARCIA NEDER
A
boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou
estranha.
Chegou
a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria
embaixo da asa protegida de todos os erros , tristezas e perigos. Uma batalha
hercúlea, confesso.
Quando
começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de
nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho
direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes
que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser
“desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre
existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de
eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para
traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os
próprios erros também.
A
cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova
fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o
amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida. Até
o dia em que os filhos se tornam adultos constituem a própria família e
recomeçam o ciclo.
O
que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou
na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego,
o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai
e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a
principal missão.
Ao
aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando
eles decidirem atracar.